28 oct. 2006

Doze moradas de silêncio

abandonar a aldeia o lugar a casa o corpo
a escrita e todas as paisagens
viajar escondido no comboio-correio da noite

repisar tua sombra obliqua naqueles areais
cercado de agua morder o coral do medo
onde a tua ausência se quebra... migrar
com as marés da noite para regioes onde o sonho existe
fora de ti

uma cerveja outra outra e outra
para que um sorriso se revele na embriaguez da despedida
abro um livro:
Uma so coisa é necessaria: a solidao, a grande solidao interior. Caminhar em si proprio e, durante horas, nao encontrar ninguem - é a isto que é preciso chegar.
nao consigo ler mais... fecho os olhos
a paisagem desaparece num rapido e desfocado adeus

penso voltar
e sei que mentira desperta jà em mim
recosto-me profundamente no assento... desafio o sono
invade-me a ânsia do eterno viajante

comboios barcos que vao para onde?
esperem por mim
eu vou

Al Berto

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