7 avr. 2011

Homens da Luta - 16 de Abril - Aveiras - Festival Avinho

FMI - Zé Mario Branco



Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o mortimor do meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attachi-case' sai a solução!
FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI
Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!
FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico 'hara-quiri'
FMI Panegírico, pro-lírico daqui
Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!
FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...
Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D'ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és 'Sepuldra' tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?
A one, a two, a one two three
FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...
Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com o José Cacila que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio 'Roulant' preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?
FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...
Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marraças, Marraças, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p'ro caralho, razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma 'Graciv Morn' (??) de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o fígado, arreda, 'terneio' Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...
Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.
Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.


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Esta letra é uma cortesia do site Letras.com.br :: www.letras.com.br

6 avr. 2011

La Revue Latitudes/Cahiers Lusophones en difficulté: appel à la solidarité

INFORMATION / INVITATION

Ce n’est pas avec plaisir que nous, revue Latitudes, vous sollicitons ; nous vivons plutôt cet appel comme une contrainte ! Mais c’est bien la première fois depuis sa création  en 1997 que la revue traverse une difficulté financière aussi importante, au point de mettre en cause sa propre existence, si un élan de solidarité de la part de ses plus proches collaborateurs et amis ne se manifeste pour contrarier les effets de la crise. Latitudes remercie l’Association « Casa dos Arcos de Valdevez » pour son initiative de soutien.

L’association “Casa dos Arcos de Valdevez en Région Parisienne” a programmé une journée culturelle pour le 15 mai 2011, à St. Maur-des-Fossés.
Des écrivains et des peintres portugais résidant en France y présenteront leurs œuvres.

Aussi, dans le cadre de cette activité culturelle , la veille, samedi 14 mai, dans la même salle, où seront déjà
en exposition les œuvres des peintres, l’Association organise un repas convivial  dont le bénéfice sera versé en solidarité à la revue « Latitudes Cahiers-Lusophones ».

Latitudes invite ses amis à y participer nombreux.

Local : Salle des Associations à St. Maur-des-Fossés, rue du Marechal Lyautey.

Coût : 20 €

Un exemplaire de l’un des précédents numéros de la revue sera offert sur place à chaque participant.
Le groupe de théâtre de l’Association présentera la revue « Latitudes » sous une forme théâtrale. Des responsables de la revue présents pourront expliquer, si nécessaire, les buts d’affirmation des cultures
 lusophones en France entrepris depuis 1997 par la revue.
Le nombre de participants sera limité à 100 personnes.
Seront donc acceptés les premiers 100 inscrits.

Possibilité d’inscription :
Tel.  : José Barros – 06 60 72 35 13
Ou Casa dos Arcos – Carlos Costa: 06 13 16 96 71

EXPOSITION JOSÉ AFONSO - Association Mémoire Vive/Memoria Viva

Présentation et conditions de location

L'Association José Afonso (AJA) au Portugal a été notre principal partenaire  dans la réalisation de l'exposition qui a rendu hommage au poète, chanteur et compositeur José Afonso. Cet événement a eu lieu à Aubervilliers du 14 au 17 octobre 2010 dans le cadre du Festival des Musiques des Villes du Monde.

L'AJA nous a laissé ensuite cette belle exposition pour que nous puissions donner à connaître la vie et l'œuvre de cet extraordinaire artiste à un plus large public.

L'Association Mémoire Vive/Memoria Viva met donc à disposition des établissements scolaires et universitaires, des bibliothèques, des associations ou d'autres organismes publics ou privés, l’exposition JOSÉ AFONSO.

Fondée en 2003, l'association souffre de l’arrêt des subventions, comme d’ailleurs presque tout le mouvement associatif. Pour cela, nous avons donc décidé d’appliquer un tarif de location à titre de donation qui couvre en partie les frais de manutention de l’exposition.

Il s’agit d’une exposition conçue et réalisée par l’AJA, constituée de 32 panneaux plastifiés, de 50cm x 70cm, sur un support k-line de 10mm d’épaisseur, avec un système d’accrochage. Chaque panneau contient des photos et des textes, en portugais et en français, sur la vie de José Afonso, sur sa carrière artistique et aussi sur le rôle que sa musique a eu dans la lutte contre la dictature.
Tarif de location pour une durée de 2 semaines

          • Établissements scolaires et universitaires : 60 euros
          • Associations et bibliothèques : 100 euros
          • Autres organismes : 200 euros

    Le transport est à effectuer par le demandeur et à ses frais. Celui-ci s’engage à restituer l’exposition dans l’état où il l’a louée et à couvrir tous les frais de dommages éventuels ou de vol survenus durant la location.
  Si les établissements intéressés par l’exposition souhaitent d’autres documents et objets supplémentaires (pin’s, t-shirts, livres en portugais, DVDs, CDs, affiches, cartes postales), ils sont disponibles à la vente. L'Association Mémoire Vive/Memoria Viva a également édité un recueil bilingue “Vinte cantigas de maio /Vingt chansons de mai” dont le prix unitaire est de 10 « fleurs »

  Renseignements et réservations auprès de Memória Viva – Mémoire Vive
  E.mail : memovivesudexpress@hotmail.fr                      

3 avr. 2011

TERRA Mensuel n°6 - mars 2011

Bulletin mensuel de TERRA
Réseau scientifique de recherche et de publication

TERRA Mensuel n°6 - mars 2011

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Recueil Alexandries


Le Recueil Alexandries a les mêmes finalités qu’une revue scientifique ou un ouvrage scientifique mais procède d'une forme de publication scientifique adaptée aux nouvelles possibilités de l'écriture numérique : la publication des textes, ne procède pas d’un regroupement périodique (revue scientifique) et/ou thématique (ouvrage collectif) mais d’un regroupement par catégories de textes : articles scientifiques (Collection "Esquisses"), mémoires de recherche (Collection "Master"), notes de synthèses (Collection "Synthèses"), essais libres (Collection "Reflets"), rééditions importantes (Collection "Références"), études approfondies (Collection "Etudes"), compte-rendus et commentaires d’ouvrages (Collection "Recensions"), textes importants en diverses langues autres que le français (Collection "A traduire"), chapitres choisis extraits de livres choisis pour leur intérêt (Collection "Livres choisis") .

Touts les textes des collections ont été relus et acceptés par deux membres au moins du Comité Scientifique de TERRA selon une procédure spécifique à chacune et décrite dans la charte de fonctionnement du réseau.

Voici la dernière parution dans chaque collection :

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Esquisses

Jules Falquet, "Lesbiennes migrantes, entre hétéro-circulation et recompositions néolibérales du nationalisme", Recueil Alexandries, Collections Esquisses, mars 2011, url de référence : http://www.reseau-terra.eu/article1092.html

La migration des lesbiennes a été très peu étudiée jusqu’à présent en France : c’est fort regrettable car elle permet de mieux comprendre les mobilités féminines dans leur ensemble, en éclairant les logiques classiques protégées par l’Etat de l’hétéro-circulation des femmes, et les transformations du nationalisme qui les réorganisent dans le cadre de la mondialisation néolibérale. Un bref retour sur l’histoire récente permettra de mieux saisir certains enjeux, en particulier entre les lesbiennes migrantes et autochtones. Ainsi, dans cet article, après avoir précisé la catégorie un peu fuyante de lesbienne, j’essaierai de montrer que leur « hyper-mobilité » constitutive éclaire d’un jour nouveau « l’hétéro-circulation » de l’ensemble des femmes. Je proposerai ensuite une analyse des pratiques migratoires de l’Etat français actuel, qui restreignent drastiquement la mobilité des lesbiennes, qui leur est pourtant encore plus vitale peut-être qu’aux autres femmes, en tout cas à situation de classe et de « race » comparable. Enfin, j’examinerai les risques qui existent à revendiquer l’extension du mariage aux lesbiennes tout comme un statut automatique de réfugiées : on verra que le concept « d’homonationalisme » de Jasbir Puar pourrait bien s’appliquer à une France que le néolibéralisme n’en finit pas de droitiser.

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A traduire

Helmut Dietrich, "Aufstand in den Phosphatgebieten Tunesiens, Verhaftung von Migranten und Zirkulation der Erfahrungen", Collections A traduire, Recueil Alexandries, janvier 2011, url de référence : http://www.reseau-terra.eu/article1089.html

Depuis 2008, la population tunisienne est entrée en résistance notamment dans les territoires d’exploitation du phosphate à l’ouest du pays, près de la frontière algérienne. La police et l’armée tunisiennes ont tout fait pour couper ce territoire du reste du monde. Mais les migrants tunisiens à l’étranger ont joué un rôle majeur pour briser l’embargo en utilisant les nouvelles technologies de communication. Ce constat dressé dans un article de 2009 par Helmut Dietrich est actualisé ici par un nouvel article de janvier 2011 dans lequel il évoque l’incidence de cette révolution sur la société voisine de l’Algérie. Avec l’autorisation de l’auteur et premiers éditeurs, ces deux articles sont publiés ici par le réseau Terra qui lance un appel à les traduire vers le français. Les traductions pourront être publiées ici même après validation par l’auteur et les premiers éditeurs.

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Etudes

Grégory Beltran, "Lutter en démocratie. Tensions et reconfigurations dans le militantisme pro-immigré à Tours et à Malaga, entre droit à la vie et droit d’avoir des droits", Recueil Alexandries, Collections Etudes, janvier 2011, url de référence : http://www.reseau-terra.eu/article1091.html

Cette thèse présente les résultats d’une enquête ethnographique et comparative auprès des réseaux de militants engagés dans la défense des familles de demandeurs d’asile et d’exilés sans papiers dans les villes de Tours en France et de Malaga en Espagne. L’objet de l’enquête concerne le rapport aux valeurs et par suite les dimensions éthiques et politiques de ce militantisme. L’observation porte sur les tensions entre deux théories morales divergentes voire antagonistes qui traversent les configurations étudiées : l’une, dite humanitaire, revendique une relative neutralité politique de l’action militante ; l’autre au contraire assume une politisation explicite. Cette ligne de partage et de discussions se retrouve entre deux registres de justification des actions militantes : d’un côté un "droit à la vie" qu’il s’agirait de faire respecter par l’Etat au bénéfice des victimes de la répression des mobilités internationales ; de l’autre un "droit d’avoir des droits" qui appellerait un soutien militant à l’organisation et à l’expression autonome des exilés en lutte. La démarche d’observation consiste à étudier l’évolution des synergies et concurrences entre ces deux pôles, sous différents aspects, et au travers de configurations d’actions militantes et de débats internes qui varient selon les scènes et les conjonctures étudiées.

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Recensions


Marc Bernardot, "Compte-rendu du livre Migrer au féminin par Laurence Roulleau-Berger (Paris, PUF, Coll. la Nature humaine, 2010, 183 p.)", Recueil Alexandries, Collections Recensions, janvier 2011, url de référence : http://www.reseau-terra.eu/article1084.html

Laurence Roulleau-Berger livre un essai stimulant sur l’expérience des femmes dans la migration, thématique en plein foisonnement, en lien avec les transformations des économies soumises à la globalisation et à d’incessants réagencements entre dispositifs économiques polycentriques.

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Synthèses

Auriane Linares, "Pourquoi les aides au retour et à la réinsertion de l’Etat français n’incitent pas les immigrés à rentrer dans leur pays d’origine ? L’exemple des Maliens", Recueil Alexandries, Collections Synthèses, août 2009, url de référence : http://www.reseau-terra.eu/article952.html

A travers une synthèse des différents dispositifs proposés ces trois dernières décennies, en particulier ceux ciblant les Maliens, ce travail propose de mettre en évidence les raisons qui poussent les immigrés à ne pas solliciter l’aide au retour de l’Etat français. Malgré des ajustements des programmes [I], ces derniers ne semblent toujours pas correspondre aux besoins et aux réalités vécues par les migrants [II].

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Masters

Alice Baillat, "Les migrations environnementales : Logiques d’investissement des acteurs et obstacles relatifs à la construction d’un nouveau problème public", Recueil Alexandries, Collections Masters,  sept. 2010,  url de référence: http://www.reseau-terra.eu/article1078.html

Mémoire de Master 2ème année / recherche en science politique, option "Relations internationale", Dir. J. Siméant, Université Panthéon-Sorbonne (Paris 1), sept. 2010


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Livres choisis

Alain Morice et Swanie Potot (dir.), De l’ouvrier immigré au travailleur sans papiers. Les étrangers dans la modernisation du salariat , Paris : Karthala, 2010 : http://www.reseau-terra.eu/article1083.html

La mondialisation et la construction de l’Europe des Vingt-sept ont profondément fait évoluer le monde du travail et la place qu’y tiennent les étrangers. L’ouverture progressive des marchés de l’emploi, en dépit de politiques migratoires de plus en plus restrictives, ont modifié la nature même des migrations économiques. Dans un contexte de xénophobie rampante, l’archétype du « travailleur immigré » est implicitement vu comme le reliquat désuet, sinon condamnable, d’une époque révolue. On n’en est plus cependant à l’idée irréaliste d’une « immigration zéro ». Il semble que les pays d’accueil, faute d’avoir su affronter le problème de l’intégration des nouveaux arrivants et de leur descendance, aient désormais le souci d’organiser la précarité de la main-d’oeuvre non nationale en vue de l’empêcher de s’installer durablement.

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Références

Emmanuel Filhol, "La Bohémienne dans les dictionnaires français (XVIIIe-XIXe siècle) : discours, histoire et pratiques socio-culturelles"Recueil Alexandries, Collections Références, , url de référence : http://www.reseau-terra.eu/article1051.html

Article paru dans La Bohémienne, figure poétique de l’errance aux XVIIIe et XIXe siècles, Etudes réunies et présentées par Pascale Auraix-Jonchière et Gérard Loubinoux, Clermont-Ferrand, Presses Universitaires Blaise Pascal, 2005 - Après Furetière, dont le Dictionnaire universel (1690), véritable matrice dans le champ du discours lexicographique, témoigne d’un regard ambivalent sur la Bohémienne - mélange de formulation positive et de jugements négatifs rapportés - qui reflète en partie l’accueil bienveillant réservé en France aux " Egyptiennes " jusqu’à la seconde moitié du XVIIe siècle, les dictionnaires des deux siècles suivants s’emploient surtout à noircir la femme tsigane. Celle-ci, à travers son art de la danse, l’évocation de sa beauté, troublante et mystérieuse, ses manières libres, son don de prédire l’avenir, est désormais assimilée à une figure démoniaque, la Bohémienne voleuse se présentant sous les traits d’une ensorceleuse et d’une prostituée. Autrement dit, l’image inversée, comme objet de mépris mais aussi d’attirance ambiguë, du modèle féminin prôné par l’Eglise, la morale bourgeoise et les valeurs de l’idéologie républicaine.


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Collection TERRA


Carol Mann, Femmes afghanes en guerre, Éditions du Croquant, Coll. TERRA, octobre 2010  : http://www.reseau-terra.eu/article1073.html

Patrick Bruneteaux, Daniel Terrolle, (dir.), L’arrière-cour de la mondialisation, Éditions du Croquant, Collection TERRA, septembre 2010 :  http://www.reseau-terra.eu/article1054.html

Hélène Thomas, Les vulnérables, Éditions du Croquant, Coll. TERRA, février 2010 :  http://www.reseau-terra.eu/article933.html

Julien Brachet, Migrations transsahariennes, Éditions du Croquant, Coll. TERRA, novembre 2009  : http://www.reseau-terra.eu/article931.html

Carolina Kobelinsky, Chowra Makaremi
, (dir.),  Enfermés dehors, Editions du Croquant, Collection TERRA, mars 2009 :  http://www.reseau-terra.eu/article877.html

Jérôme Valluy, Rejet des exilés, Editions du Croquant, Coll. TERRA, janvier 2009 :  http://www.reseau-terra.eu/article876.html

Marc Bernardot, Loger les immigrés, Éditions du Croquant, Coll. TERRA, octobre 2008 :  http://www.reseau-terra.eu/article831.html

Marc Bernardot, Camps d’étrangers, Editions du croquant, Coll. TERRA, mars 2008 : http://www.reseau-terra.eu/article703.html

Jérôme Valluy, Jane Freedman
, (dir.),  Persécutions des femmes, Éditions du Croquant, Coll.TERRA,
novembre 2007 :  http://www.reseau-terra.eu/article655.html

25 de Abril

25 de Abril com Mémoire Vive/Memória Viva

Dîner commémoratif du 37ème anniversaire de la Révolution des Œillets

(Je divulgue ici l'invitation que m'a envoyé l'association)...

Cher(e)s ami(e)s,
Dans cette année marquée par des révolutions au Sud de la Méditerranée, l'association Mémoire Vive / Memória Viva vous invite à commémorer le 37ème anniversaire de la Révolution des Œillets avec un dîner, suivi d'une séance de cinéma autour du film inédit de José Vieira,  Le Printemps de l'Exil. (voir la présentation du film ci-dessous)

António et Flora, les propriétaires du restaurant Sur un R' de Flora, 160 Boulevard de Charonne - Paris 75020 (M° Alexandre Dumas) ont le plaisir de vous recevoir le 29 avril à partir de 19H30.
Ils nous proposent le menu suivant :
Entrée : Assiette mixte de beignets
Plat : Rancho transmontano (Plat traditionnel de Trás-os-Montes, région du Portugal).
Autre plat possible : Steak ou Poulet avec accompagnement au choix.
Dessert : Salade de fruit ou fromage
Boisson :  ¼ de vin de Trás-os-Montes (Terra quente) ou «limonade ».
 (Les extras sont à charge et doivent être payés à l'acte de commande).

Prix du Menu :
Adultes adhérents – 20 Œillets
Adultes non adhérents – 25 Œillets
Enfants – 10 Œillets
Le paiement se fera sur place, à l'entrée.

Les réservations sont acceptées jusqu'au 26 avril (dans la limite des places disponibles) et doivent être sollicitées par courriel : memovivesudexpress@hotmail.fr
La réservation est impérative. Veuillez nous indiquer vos préférences dans le menu proposé au moment de votre réservation.

25 de Abril Sempre!!!!


De 1926 à 1974, le Portugal a été occupé par le fascisme. Des milliers de Portugais sont contraints à l’exil, tentant d’échapper aux persécutions, à la prison et, à partir de 1961, à l’enrôlement pour les guerres dans les colonies africaines portugaises. Deux ans après le début du conflit colonial s ‘amorce vers l’Europe une émigration sans précédent. De 1960 à 1970 1400 000 portugais quittent leur pays. Dans ce flot de réfugiés économiques, on estime à plus de 100000 le nombre de jeunes réfractaires, insoumis et déserteurs. Jamais, dans l’histoire récente, un conflit armé n’avait provoqué une telle défection. La prolongation de la guerre pousse à l’exil une nouvelle génération d’opposants politiques qui n’aurait pas quitté le Portugal s’il n’avait pas été confronté à la question coloniale.

Le printemps de l’exil

Le printemps de l’exil est l’histoire de trois hommes qui ont fui le Portugal dans les années 60 parce qu’ils refusaient d’être enrôlés dans une guerre coloniale. Ils se sont connus à Paris et ont participé activement au mouvement de mai 68. À travers le récit de leurs luttes contre la dictature de Salazar, ils racontent pays d’où ils venaient, l’oppression qui sévissait au Portugal. Après la chute de la dictature le 25 avril 1974, ils sont revenus à Lisbonne. Dans les archives de la PIDE, la toute-puissante police politique, nous retrouvons leurs noms: José Mario Branco, Vasco de Castro et Fernando Pereira Marques. Les traces de leurs chansons, de leurs pièces de théâtre, de leurs journaux et dessins, retrouvées dans les archives en France, témoignent du combat qu’ils ont mené contre le fascisme.