Un lieu de résistance à la marchandisation du monde et d'immenses saudades de l'Algarve
31 déc. 2007
Para um descrescimento global em 2008
Nunca pensei vir um dia a colocar um vídeo do Roberto Leal no Blog, mas o "Canto da Terra", seu novo álbum, é de outra qualidade, baseado na música tradicional de Trás-os-Montes.
Toca-me com uma certa nostalgia da minha infância no Algarve, naquelas paisagens que tanto os homens desnaturaram desde então, e faz reflectir sobre o Futuro do nosso mundo, no tão desejado Progresso, que muitas vezes só foi, é e será, para as Bolsas ocidentais e para os accionistas.
Não me parece ser reaccionário que falar deste modo. Com o Planeta a sufocar e as suas populações a sofrer de fome, guerras, poluição, exploração... mudar de rumo é preciso...
29 déc. 2007
Força em 2008!
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr'ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força pra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força pra pouco dinheiro
Que força é essa [bis]
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo [bis]
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo [bis 3]
Não me digas que não me compr'endes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compr'endes
(Que força...)
(Vi-te a trabalhar...)
Que força é essa [bis]
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo [bis]
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo [bis 10]
23 déc. 2007
Cinema para se ver
Os filmes que eu gostava de ver nestas festas de Natal, mas será possível numa pequena cidade? Com a globalização, a cultura é comércio e a qualidade não é cá chamada...
Não comam merda se puderem!
Resistam!
22 déc. 2007
19 déc. 2007
Tiro pela culatra?
Por ironia dum destino cruel, Paulo Portas já não é ministro do Mar nem da Defesa. Em 2002, um milagre de Fátima tirou-lhe a hipótese de combater a maré negra do Prestige; em 2004, deu uma amostra da sua raça ao enviar a Marinha contra o barco das Women on Waves – ganhou a “batalha naval” mas perdeu a guerra no referendo ao aborto, o acontecimento deste ano de 2007. E ontem perdeu a oportunidade histórica de demonstrar todo o seu génio militar no combate aos 23 mouros que invadiram a Culatra, oriundos de Marrocos – qual quinta-coluna dos infiéis, projectando a reconquista da Península para aqui restaurar o Al-Andaluz… e o Al-Gharb.
Mas afinal quem são estes invasores? Um grupo de 23 cidadãos marroquinos, entre os quais cinco mulheres, que chegaram a terra cheios de fome, sede e frio… Alguns ainda encontraram forças para tentar uma fuga para a liberdade no deserto da Culatra, incluindo uma jovem de 15 anos que acabou por ser conduzida ao Hospital de Faro, acompanhada dum colega com sintomas de hipotermia. Perante este quadro, é difícil evitar o vómito ao ouvir esse campeão da demagogia chorar lágrimas de crocodilo sobre “os dramas humanos” destes náufragos que andaram quatro dias à deriva para, logo a seguir, reclamar “a máxima firmeza contra a imigração ilegal”. Um tiro pela culatra?
Os próprios responsáveis da Marinha e o Director Regional do SEF reconheceram: “tudo indica que Portugal não fosse o destino inicial” destes imigrantes que, no entanto, hoje vão a tribunal como se fossem criminosos. Independentemente dos ventos e tempestades que os desviaram da rota provável para além do estreito de Gibraltar, este episódio tem o mérito de confrontar a sociedade portuguesa com o drama da imigração ilegal, agora por via marítima; quanto às fronteiras terrestres, há muito que a realidade nua e crua é uma política de portas fechadas e janelas escancaradas. Contam-se por largas centenas os imigrantes africanos que chegam até nós, vindos do sul de Espanha, depois de ultrapassarem o Cabo Bojador, em pirogas bem mais frágeis que as caravelas do século XV…
As causas desta autêntica epopeia são conhecidas: a desesperança de vida em África cresce quase na proporção directa das necessidades de mão-de-obra barata nos mercados europeus. Enquanto um visto legal para a Europa custa 4 mil euros e um tempo médio de espera de um ano, uma passagem de piroga custa 150 euros, como afirmava um participante senegalês na recente Cimeira Alternativa Europa-África. Quem já nada tem a perder arrisca, mesmo se a probabilidade de ficar sepultado no fundo do oceano rondou os 20% em 2006 – bem inferior à hipótese de arranjar trabalho ilegal.
Suprema hipocrisia: depois de as autoridades expulsarem uns quantos imigrantes para as televisões, a grande maioria sai das Canárias e é abandonada em estações de comboio de Sevilha, Madrid ou Barcelona; tal e qual o que acontece em Itália, com milhares de imigrantes transportados da ilha de Lampedusa para o continente, com a recomendação expressa para “abandonarem o país”… que toda a gente sabe que ninguém vai cumprir! A própria lógica de mercado, tão incensada pelos governos neoliberais, assim o determina nesta Europa que precisa da mão-de-obra imigrante como pão para a boca, até para combater a crise demográfica e sustentar os sistemas de segurança social. A escolha é apenas uma: imigração ilegal e mercado negro, a coberto da hipocrisia dos governos, ou abertura de canais acessíveis e expeditos de imigração legal e com direitos.
A outra face desta moeda, essa sim dramática, é a sangria permanente das riquezas de África: não só o saque continuado das matérias-primas e o desastre ambiental provocado pelas transnacionais, mas sobretudo a perda dos melhores recursos humanos que procuram emigrar, por todos os meios. A inversão deste estado de coisas, de forma a permitir o regresso de quadros e recursos acumulados na diáspora, é uma empreitada de longa duração que não será bem sucedida se os povos africanos ficarem à espera das dádivas neocoloniais. Assim ficou demonstrado na recente Cimeira de Lisboa, face à tentativa de imposição dos EPA ou APE – acordos de parceria económica – das potências europeias com agrupamentos forçados de Estados africanos, ao pior estilo da Conferência de Berlim de 1884/85 – imposição recusada por Estados da dimensão da África do Sul, Nigéria ou Senegal.
Propaganda socrática à parte, a solidariedade entre africanos e europeus não passa pelos governos e exige, no caso da Culatra, que os náufragos marroquinos sejam protegidos como vítimas de tráfico humano.
Neste “Natal dos Tristes”, o Zeca dedicar-lhes-ia, certamente, “Os Índios da Meia-Praia”.
Alberto Matos – Crónica semanal na Rádio Pax – 18/12/2007
Mas afinal quem são estes invasores? Um grupo de 23 cidadãos marroquinos, entre os quais cinco mulheres, que chegaram a terra cheios de fome, sede e frio… Alguns ainda encontraram forças para tentar uma fuga para a liberdade no deserto da Culatra, incluindo uma jovem de 15 anos que acabou por ser conduzida ao Hospital de Faro, acompanhada dum colega com sintomas de hipotermia. Perante este quadro, é difícil evitar o vómito ao ouvir esse campeão da demagogia chorar lágrimas de crocodilo sobre “os dramas humanos” destes náufragos que andaram quatro dias à deriva para, logo a seguir, reclamar “a máxima firmeza contra a imigração ilegal”. Um tiro pela culatra?
Os próprios responsáveis da Marinha e o Director Regional do SEF reconheceram: “tudo indica que Portugal não fosse o destino inicial” destes imigrantes que, no entanto, hoje vão a tribunal como se fossem criminosos. Independentemente dos ventos e tempestades que os desviaram da rota provável para além do estreito de Gibraltar, este episódio tem o mérito de confrontar a sociedade portuguesa com o drama da imigração ilegal, agora por via marítima; quanto às fronteiras terrestres, há muito que a realidade nua e crua é uma política de portas fechadas e janelas escancaradas. Contam-se por largas centenas os imigrantes africanos que chegam até nós, vindos do sul de Espanha, depois de ultrapassarem o Cabo Bojador, em pirogas bem mais frágeis que as caravelas do século XV…
As causas desta autêntica epopeia são conhecidas: a desesperança de vida em África cresce quase na proporção directa das necessidades de mão-de-obra barata nos mercados europeus. Enquanto um visto legal para a Europa custa 4 mil euros e um tempo médio de espera de um ano, uma passagem de piroga custa 150 euros, como afirmava um participante senegalês na recente Cimeira Alternativa Europa-África. Quem já nada tem a perder arrisca, mesmo se a probabilidade de ficar sepultado no fundo do oceano rondou os 20% em 2006 – bem inferior à hipótese de arranjar trabalho ilegal.
Suprema hipocrisia: depois de as autoridades expulsarem uns quantos imigrantes para as televisões, a grande maioria sai das Canárias e é abandonada em estações de comboio de Sevilha, Madrid ou Barcelona; tal e qual o que acontece em Itália, com milhares de imigrantes transportados da ilha de Lampedusa para o continente, com a recomendação expressa para “abandonarem o país”… que toda a gente sabe que ninguém vai cumprir! A própria lógica de mercado, tão incensada pelos governos neoliberais, assim o determina nesta Europa que precisa da mão-de-obra imigrante como pão para a boca, até para combater a crise demográfica e sustentar os sistemas de segurança social. A escolha é apenas uma: imigração ilegal e mercado negro, a coberto da hipocrisia dos governos, ou abertura de canais acessíveis e expeditos de imigração legal e com direitos.
A outra face desta moeda, essa sim dramática, é a sangria permanente das riquezas de África: não só o saque continuado das matérias-primas e o desastre ambiental provocado pelas transnacionais, mas sobretudo a perda dos melhores recursos humanos que procuram emigrar, por todos os meios. A inversão deste estado de coisas, de forma a permitir o regresso de quadros e recursos acumulados na diáspora, é uma empreitada de longa duração que não será bem sucedida se os povos africanos ficarem à espera das dádivas neocoloniais. Assim ficou demonstrado na recente Cimeira de Lisboa, face à tentativa de imposição dos EPA ou APE – acordos de parceria económica – das potências europeias com agrupamentos forçados de Estados africanos, ao pior estilo da Conferência de Berlim de 1884/85 – imposição recusada por Estados da dimensão da África do Sul, Nigéria ou Senegal.
Propaganda socrática à parte, a solidariedade entre africanos e europeus não passa pelos governos e exige, no caso da Culatra, que os náufragos marroquinos sejam protegidos como vítimas de tráfico humano.
Neste “Natal dos Tristes”, o Zeca dedicar-lhes-ia, certamente, “Os Índios da Meia-Praia”.
Alberto Matos – Crónica semanal na Rádio Pax – 18/12/2007
15 déc. 2007
12 déc. 2007
Culture=commerce
Accord Olivennes
UNE VISION CONSUMÉRISTE DE LA CULTURE
(11 décembre 2007)
___________ _______________
Le 23 novembre dernier était signé à l'Elysée un accord
interprofessionnel arbitré par Denis Olivennes, président
de la Fnac. Objectif : relancer la croissance du disque et
du cinéma en freinant la concurrence d'un
téléchargement non autorisé rendu extrêmement populaire
et facile par les nouvelles technologies. Nicolas
Sarkozy, qui avait confié en personne cette mission au
premier disquaire de France (ce qui n'est pas sans
poser certains problèmes d'indépendance), a salué la
conclusion de l'accord Olivennes en usant d'un
vocabulaire aux accents étrangement colonialistes :
« La France, a promis le président de la République, va
retrouver une position de pays leader dans la campagne
de civilisation des nouveaux réseaux. » Le propos est
fort autant qu'ambitieux.
L'accord « pour le développement et la protection des
oeuvres et programmes culturels sur les nouveaux
réseaux » a été signé par les pouvoirs publics, par
quarante organisations d'ayants droit de la musique, du
cinéma, de la télévision, et par des prestataires
techniques télécoms. Il est intéressant de noter que
les représentants des artistes-interprètes et des
consommateurs n'étaient pas conviés à la table des
discussions. Ensemble, les signataires ont décidé de la
mise en place d'un mécanisme de dissuasion qui prévoit
qu'en cas de récidive, après un premier avertissement
par e-mail, l'internaute pris en flagrant délit de
téléchargement illégal sera privé, d'abord
temporairement, puis définitivement, de son accès à
Internet. Il prévoit aussi une expérimentation du
filtrage des réseaux par les fournisseurs d'accès. En
contrepartie, les ayants droit s'engagent à des
améliorations dans l'offre légale.
En pratique, les obstacles à la mise en oeuvre de
l'accord sont toutefois nombreux. Le dispositif de
« riposte graduée » avait déjà été proposé en 2006 dans
le cadre de la loi sur le droit d'auteur et les droits
voisins dans la société de l'information (DADVSI). Le
Conseil constitutionnel l'avait censuré, jugeant qu'il
n'était pas conforme à la Constitution de créer une
différence de traitement entre le téléchargement non
autorisé, réalisé grâce aux réseaux d'échange de
fichiers, et les autres types de contrefaçon - punies,
elles, de trois ans d'emprisonnement et 300 000 euros
d'amende. Pour tenter de contourner cet obstacle, ce
n'est donc plus le téléchargement-contrefaçon qui sera
sanctionné, mais le fait de ne pas avoir su sécuriser
son accès et empêcher que quelqu'un télécharge chez
soi.
On voit les limites et les risques d'injustices
qu'implique cette responsabilité par ricochet. Comment
un parent qui a ouvert l'accès à Internet à son nom
va-t-il s'assurer que son enfant ne contournera pas les
outils de contrôle qu'il aura péniblement installés
grâce à la notice technique de son fournisseur d'accès ?
Comment même s'assurer que ces outils seront
efficaces, d'autant que le Wi-Fi rend les accès
facilement piratables ? C'est placer une foi
irraisonnée dans la technologie que de faire reposer
des sanctions contre les citoyens sur l'efficacité
technique.
Lire la suite de cet article inédit de Guillaume CHAMPEAU :
http://www.monde-diplomatique.fr/carnet/2007-12-11-Accord-Olivennes
________________________________________________
Nous contacter :
- Pour toute requête concernant votre abonnement
au journal : abo@lemonde.fr
- A propos des commandes passées sur notre boutique
en ligne ( http://boutique.monde-diplomatique.fr ) :
boutique@monde-diplomatique.fr
UNE VISION CONSUMÉRISTE DE LA CULTURE
(11 décembre 2007)
___________ _______________
Le 23 novembre dernier était signé à l'Elysée un accord
interprofessionnel arbitré par Denis Olivennes, président
de la Fnac. Objectif : relancer la croissance du disque et
du cinéma en freinant la concurrence d'un
téléchargement non autorisé rendu extrêmement populaire
et facile par les nouvelles technologies. Nicolas
Sarkozy, qui avait confié en personne cette mission au
premier disquaire de France (ce qui n'est pas sans
poser certains problèmes d'indépendance), a salué la
conclusion de l'accord Olivennes en usant d'un
vocabulaire aux accents étrangement colonialistes :
« La France, a promis le président de la République, va
retrouver une position de pays leader dans la campagne
de civilisation des nouveaux réseaux. » Le propos est
fort autant qu'ambitieux.
L'accord « pour le développement et la protection des
oeuvres et programmes culturels sur les nouveaux
réseaux » a été signé par les pouvoirs publics, par
quarante organisations d'ayants droit de la musique, du
cinéma, de la télévision, et par des prestataires
techniques télécoms. Il est intéressant de noter que
les représentants des artistes-interprètes et des
consommateurs n'étaient pas conviés à la table des
discussions. Ensemble, les signataires ont décidé de la
mise en place d'un mécanisme de dissuasion qui prévoit
qu'en cas de récidive, après un premier avertissement
par e-mail, l'internaute pris en flagrant délit de
téléchargement illégal sera privé, d'abord
temporairement, puis définitivement, de son accès à
Internet. Il prévoit aussi une expérimentation du
filtrage des réseaux par les fournisseurs d'accès. En
contrepartie, les ayants droit s'engagent à des
améliorations dans l'offre légale.
En pratique, les obstacles à la mise en oeuvre de
l'accord sont toutefois nombreux. Le dispositif de
« riposte graduée » avait déjà été proposé en 2006 dans
le cadre de la loi sur le droit d'auteur et les droits
voisins dans la société de l'information (DADVSI). Le
Conseil constitutionnel l'avait censuré, jugeant qu'il
n'était pas conforme à la Constitution de créer une
différence de traitement entre le téléchargement non
autorisé, réalisé grâce aux réseaux d'échange de
fichiers, et les autres types de contrefaçon - punies,
elles, de trois ans d'emprisonnement et 300 000 euros
d'amende. Pour tenter de contourner cet obstacle, ce
n'est donc plus le téléchargement-contrefaçon qui sera
sanctionné, mais le fait de ne pas avoir su sécuriser
son accès et empêcher que quelqu'un télécharge chez
soi.
On voit les limites et les risques d'injustices
qu'implique cette responsabilité par ricochet. Comment
un parent qui a ouvert l'accès à Internet à son nom
va-t-il s'assurer que son enfant ne contournera pas les
outils de contrôle qu'il aura péniblement installés
grâce à la notice technique de son fournisseur d'accès ?
Comment même s'assurer que ces outils seront
efficaces, d'autant que le Wi-Fi rend les accès
facilement piratables ? C'est placer une foi
irraisonnée dans la technologie que de faire reposer
des sanctions contre les citoyens sur l'efficacité
technique.
Lire la suite de cet article inédit de Guillaume CHAMPEAU :
http://www.monde-diplomatique.fr/carnet/2007-12-11-Accord-Olivennes
________________________________________________
Nous contacter :
- Pour toute requête concernant votre abonnement
au journal : abo@lemonde.fr
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en ligne ( http://boutique.monde-diplomatique.fr ) :
boutique@monde-diplomatique.fr
Signez la pétition pour un referendum
O processo para estabelecer uma constituição na União Europeia prossegue com o objectivo de implementar o próximo tratado antes das eleições europeias de Junho de 2009.
Mas este processo não pode continuar sem a participação directa e a aprovação dos povos europeus. O próximo tratado da UE não pode ser estabelecido sem se ouvirem as pessoas!
X09.eu visa recolher assinaturas de toda a UE apelando para um referendo sobre o próximo tratado europeu.
X09.eu é o desenvolvimento da Carta Aberta aos Primeiros-Ministros endereçada após a Cimeira de Berlim de 25 de Março de 2007 e assinada pelos seguintes 10 deputados do Parlamento Europeu pertencentes a sete diferentes grupos políticos:
Anna Zaborska, Eslováquia (EPP)
Panayiotis Demetriou, Chipre (PPE)
Max van den Berg, Holanda (PSE)
John Attard-Montalto, Malta (PSE)
Diana Wallis, Reino Unido (ALDE)
Silvana Koch-Mehrin, Alemanha (ALDE)
Ryszard Czarnecki, Polónia (UEN)
Gérard Onesta, França (GREENS/EFA)
Tobias Pflueger, Alemanha (GUE)
Jens-Peter Bonde, Dinamarca (IND/DEM)
X09.eu é apoiado por outros deputados do Parlamento Europeu e ONG’s em todos os 27 estados membros.
--
Publicada por k7pirata em Arre Macho
9 déc. 2007
Abertura do RRV virtual
O regresso do Rock Rendez Vous
O mais mítico dos palcos do rock português está de volta com a mesma missão: promover novas bandas. O émulo lusitano do Filmore East ou do Marquee renasce agora em formato virtual. Vinte e sete anos depois, celebrados este mês.
O avatar diante de mim, vestido com a clássica t-shirt do Rock Rendez Vous, é Tpglourenco Forcella, um habitante de Second Life que criou em Portucalis uma loja para vender a imagem de Portugal, continua a sonhar com outros projectos na área da comunicação entre pessoas e, entretanto, criou dentro de SL uma reprodução do Rock Rendez Vous.Para quem não sabe ou já esqueceu, o Rock Rendez Vous (ou RRV) foi um dos melhores locais da noite lisboeta na década de 80 e até meados de 90. Ocupando o edifício do antigo cinema Universal na rua da Beneficência, ao Rego, abriu oficialmente a 18 de Dezembro de 1980, com Rui Veloso. Foi há 27 anos...Encerrado em 1983 por causa do barulho, mas reaberto no seguimento de uma petição, recebeu em 1984 o 1º concurso de Música Moderna, que se estenderia por sete edições, de 1984 a 1989, e de novo em 1994. Foi o primeiro palco a sério para muitas bandas portuguesas ou o local de eleição de outras, dos Gene Loves Jezebel aos Mler If Dada ou... Mão Morta! Os Xutos e Pontapés deram uma trintena de concertos ali, batendo o recorde não oficial da sala. Os Heróis do Mar, Anamar ou Sétima Legião são nomes de uma imensa lista de gente que subiu ao palco do RRV para mostrar o que sabia. E bandas estrangeiras de passagem por Lisboa encheram de som as velhas paredes: Teardrop Explodes, Killing Joke, Danse Society, Raincoats ou The Lords of the New Church.Promoção de bandas. Em Julho de 1990 o RRV fechou as portas, depois de dois dias de leilão. Nos dias 26 e 27 de Julho foi exposto para venda todo o equipamento de animação e peças de decoração do clube, pondo um ponto final na história de um lugar da cidade que merecia ter sido preservado. Felizmente que os computadores permitem, mesmo que de forma virtual, recuperar essa memória. Foi isso que me levou, uma noite destas, ao recinto do RRV, para uma conversa com um dos responsáveis pelo projecto.Para Tpglourenco Forcella este novo RRV em SL, é o espaço ideal "para fazer o que fazia o antigo, agora usando os meios que a Internet coloca ao dispor das
bandas para se promoverem virtualmente". Aquilo que começou por ser pequena brincadeira tornou-se, em pouco tempo, na vontade de devolver o ritmo ao RRV. Reconstruído na perfeição, com fotos de Jorge Palma numa parede, António Variações noutra, os UHF e mais memórias, este RRV espera ser o primeiro palco para bandas portuguesas aceitando o desafio, já aceite por outras, de usar a Internet e sobretudo o Second Life, para se darem a conhecer. É verdade que a lotação deste RRV é inferior à do original, que levava um milhar de espectadores (e muitas vezes quase outro tanto à porta...), mas a experiência de concertos em SL tem provado que vale a pena explorar o potencial promocional dos eventos de música ali realizados.Recordar os anos 80As primeiras sessões de música realizadas no RRV de SL, com música gravada de bandas portuguesas dos anos 80, serviram para atrair, ainda na fase de pré-abertura, um público que reconhece no espaço o original por onde passou. Tpglourenco Forcella
diz que as reacções ao realismo do espaço "têm sido fantásticas". De repente é possível pensar em "recordar o primeiro beijo, a primeira música escutada, se calhar até de gente que se conheceu aqui e acabou por ficar junta, fazer amizades ou mesmo mais".É disso que esta recriação trata: de recuperar uma memória. E para tal, a par com as bandas novas, que podem contactar o avatar dentro de SL, para proporem uma sessão no RRV, Tpglourenco Forcella diz que gostavam de poder levar ao local "os antigos, de Jorge Palma aos GNR, numa experiência que seria enriquecedora para todos" e provaria as capacidades de projectos deste tipo, que pretendem ir além do que muitos parecem achar ser Second Life.O entusiasta do RRV não está sozinho. Formou a TLS, uma produtora de conteúdos para SL, empresa do mundo virtual participada com mais dois sócios. Um deles, Latika Kuhn, entra no RRV. A figura feminina, que encontrara num fundo marinho em Cascais semanas antes, a tratar de peixes virtuais
naquele simulador, está tão entusiasmada com o RRV como Tpglourenco Forcella. Pretendem mesmo encher o espaço de sons, com a vantagem de agora, diz-me TPGlourenco, os vizinhos não se queixarem do barulho.Esta paixão tem significado noites de três horas dormidas, e muitos contactos para consolidar o projecto. Latika Kuhn diz que estão em contacto com uma produtora, tentando encontrar forma de garantir que as portas deste RRV de SL não fecham, como sucedeu ao da vida real. Mas enquanto isso não ganha forma, algum do tempo em SL é aproveitado a descobrir o que outros fazem. E o convite de Latika Khun é irrecusável. Abandonando o silêncio, ainda, de RRV, partimos para uma noite de bailado num outro simulador de Second Life. São os sinais evidentes de que a cultura respira ali.O RRV, esse abre por estes dias. Visite-o e recorde os anos 80.
In Expresso, 8/12/2007
O mais mítico dos palcos do rock português está de volta com a mesma missão: promover novas bandas. O émulo lusitano do Filmore East ou do Marquee renasce agora em formato virtual. Vinte e sete anos depois, celebrados este mês.
O avatar diante de mim, vestido com a clássica t-shirt do Rock Rendez Vous, é Tpglourenco Forcella, um habitante de Second Life que criou em Portucalis uma loja para vender a imagem de Portugal, continua a sonhar com outros projectos na área da comunicação entre pessoas e, entretanto, criou dentro de SL uma reprodução do Rock Rendez Vous.Para quem não sabe ou já esqueceu, o Rock Rendez Vous (ou RRV) foi um dos melhores locais da noite lisboeta na década de 80 e até meados de 90. Ocupando o edifício do antigo cinema Universal na rua da Beneficência, ao Rego, abriu oficialmente a 18 de Dezembro de 1980, com Rui Veloso. Foi há 27 anos...Encerrado em 1983 por causa do barulho, mas reaberto no seguimento de uma petição, recebeu em 1984 o 1º concurso de Música Moderna, que se estenderia por sete edições, de 1984 a 1989, e de novo em 1994. Foi o primeiro palco a sério para muitas bandas portuguesas ou o local de eleição de outras, dos Gene Loves Jezebel aos Mler If Dada ou... Mão Morta! Os Xutos e Pontapés deram uma trintena de concertos ali, batendo o recorde não oficial da sala. Os Heróis do Mar, Anamar ou Sétima Legião são nomes de uma imensa lista de gente que subiu ao palco do RRV para mostrar o que sabia. E bandas estrangeiras de passagem por Lisboa encheram de som as velhas paredes: Teardrop Explodes, Killing Joke, Danse Society, Raincoats ou The Lords of the New Church.Promoção de bandas. Em Julho de 1990 o RRV fechou as portas, depois de dois dias de leilão. Nos dias 26 e 27 de Julho foi exposto para venda todo o equipamento de animação e peças de decoração do clube, pondo um ponto final na história de um lugar da cidade que merecia ter sido preservado. Felizmente que os computadores permitem, mesmo que de forma virtual, recuperar essa memória. Foi isso que me levou, uma noite destas, ao recinto do RRV, para uma conversa com um dos responsáveis pelo projecto.Para Tpglourenco Forcella este novo RRV em SL, é o espaço ideal "para fazer o que fazia o antigo, agora usando os meios que a Internet coloca ao dispor das
bandas para se promoverem virtualmente". Aquilo que começou por ser pequena brincadeira tornou-se, em pouco tempo, na vontade de devolver o ritmo ao RRV. Reconstruído na perfeição, com fotos de Jorge Palma numa parede, António Variações noutra, os UHF e mais memórias, este RRV espera ser o primeiro palco para bandas portuguesas aceitando o desafio, já aceite por outras, de usar a Internet e sobretudo o Second Life, para se darem a conhecer. É verdade que a lotação deste RRV é inferior à do original, que levava um milhar de espectadores (e muitas vezes quase outro tanto à porta...), mas a experiência de concertos em SL tem provado que vale a pena explorar o potencial promocional dos eventos de música ali realizados.Recordar os anos 80As primeiras sessões de música realizadas no RRV de SL, com música gravada de bandas portuguesas dos anos 80, serviram para atrair, ainda na fase de pré-abertura, um público que reconhece no espaço o original por onde passou. Tpglourenco Forcella
diz que as reacções ao realismo do espaço "têm sido fantásticas". De repente é possível pensar em "recordar o primeiro beijo, a primeira música escutada, se calhar até de gente que se conheceu aqui e acabou por ficar junta, fazer amizades ou mesmo mais".É disso que esta recriação trata: de recuperar uma memória. E para tal, a par com as bandas novas, que podem contactar o avatar dentro de SL, para proporem uma sessão no RRV, Tpglourenco Forcella diz que gostavam de poder levar ao local "os antigos, de Jorge Palma aos GNR, numa experiência que seria enriquecedora para todos" e provaria as capacidades de projectos deste tipo, que pretendem ir além do que muitos parecem achar ser Second Life.O entusiasta do RRV não está sozinho. Formou a TLS, uma produtora de conteúdos para SL, empresa do mundo virtual participada com mais dois sócios. Um deles, Latika Kuhn, entra no RRV. A figura feminina, que encontrara num fundo marinho em Cascais semanas antes, a tratar de peixes virtuais
naquele simulador, está tão entusiasmada com o RRV como Tpglourenco Forcella. Pretendem mesmo encher o espaço de sons, com a vantagem de agora, diz-me TPGlourenco, os vizinhos não se queixarem do barulho.Esta paixão tem significado noites de três horas dormidas, e muitos contactos para consolidar o projecto. Latika Kuhn diz que estão em contacto com uma produtora, tentando encontrar forma de garantir que as portas deste RRV de SL não fecham, como sucedeu ao da vida real. Mas enquanto isso não ganha forma, algum do tempo em SL é aproveitado a descobrir o que outros fazem. E o convite de Latika Khun é irrecusável. Abandonando o silêncio, ainda, de RRV, partimos para uma noite de bailado num outro simulador de Second Life. São os sinais evidentes de que a cultura respira ali.O RRV, esse abre por estes dias. Visite-o e recorde os anos 80.
In Expresso, 8/12/2007
5 déc. 2007
La perfide Albion traque ses pauvres
J'apprends ce soir que le détecteur de mensonges est utilisé au Royaume-Uni pour faire la chasse aux chômeurs qui mentiraient sur leurs démarches de recherche d'emploi, et contre les bénéficiaires de l'aide sociale....
Jusqu'où ira l'ultra-libéralisme dans sa destruction de l'humain?...
Et pendant ce temps-là, dans les Bourses de Londres, New-York, Paris...
Jusqu'où ira l'ultra-libéralisme dans sa destruction de l'humain?...
Et pendant ce temps-là, dans les Bourses de Londres, New-York, Paris...
On vit dans un monde merveilleux!!!
L'opposition est muselée, mise en prison, la presse aux ordres de Poutine en Russie...
Mais le Kazakhstan, l'Iran, et.... la France, envoient leurs chaleureuses félicitations à Poutine pour la victoire de son parti aux dernières élections législatives.
Vive la Démocratie! (Et les Droits de l'Homme).
Les Services Secrets américains viennent de sortir un rapport indiquant que l'Iran a abandonné son programme nucléaire militaire depuis 2003.
Mais G.W. BUSH insiste :"L'Iran a été, est, et sera dangereux pour le monde".
Vive la connerie!
Mais le Kazakhstan, l'Iran, et.... la France, envoient leurs chaleureuses félicitations à Poutine pour la victoire de son parti aux dernières élections législatives.
Vive la Démocratie! (Et les Droits de l'Homme).
Les Services Secrets américains viennent de sortir un rapport indiquant que l'Iran a abandonné son programme nucléaire militaire depuis 2003.
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Vive la connerie!
O perfil de Sócrates
O perfil de Sócrates
Com pompa e circunstância, José Sócrates veio a Beja, acompanhado do ministro Mário Lino, para anunciar a terceira data de adjudicação das obras do IP 8, que ligará Sines a Beja e a Vila Verde de Ficalho. Outubro de 2008, “desta vez é que é”! Na sua intervenção, o primeiro-ministro justificou a obra como “um imperativo nacional” mas, sobretudo, pelos investimentos privados “previstos e pensados” para o porto de Sines e pela sua complementaridade com os outros vértices do “triângulo estratégico”: Alqueva e o Aeroporto de Beja, cujas obras foram visitadas por Mário Lino.
Em várias declarações, Sócrates insistiu sobre um ponto: o IP8, entre Sines e Beja, terá “perfil de auto-estrada”, isto é, vai ter portagens – o que está longe de ser um pormenor, pelas suas várias implicações. Sines, o maior e melhor porto de águas profundas da costa portuguesa, com valências industriais e de carga e um enorme potencial de crescimento que o torna apetecível a investimentos transnacionais, não tem impacto meramente regional, pois vai servir um vasto “interland” que pode e deve ir muito além da fronteira, estendendo-se à Andaluzia e Extremadura.
A construção do IP8 com quatro vias, apenas entre Sines e Beja, revela vistas curtas em termos de planeamento estratégico, pois fica a meio do caminho – e Beja fica exactamente a meio caminho entre Lisboa e Sevilha, o que devia fazer pensar qualquer governante, mesmo que não fosse o presidente em exercício da União Europeia. Se o Aeroporto entrar em funcionamento até ao final de 2008 e tendo em conta que o IP8 só estará concluído em 2011 (sem atrasos…), nessa data as duas vias previstas entre Beja e Ficalho já estarão mais do que saturadas; basta ver o actual movimento de camiões de e para Espanha, ainda sem o aeroporto nem o IP8.
A introdução de portagens, além de questões de equidade no tratamento das regiões do interior, é outro sintoma de vistas curtas: do lado de lá da fronteira, há centenas de quilómetros de autovias sem portagem, nas quais se pode atravessar praticamente toda a península. E não se trata de nenhum despesismo inútil, como a evolução comparativa dos dois países mostra, infelizmente, ao longo das últimas décadas. Alguns apoiantes do governo argumentam que hoje há uma estrada apenas sofrível desde o Rosal de la Frontera até Aracena, a meio caminho de Sevilha. Por isso mesmo, é a altura de Portugal, para variar, tomar a iniciativa: e se o IP8 chegar à fronteira com quatro vias, lá para 2011 ou ainda mais tarde, não duvido que a correspondente espanhola não irá tardar – como já aconteceu, aliás, na ligação à Ponte do Guadiana e à Via do Infante, no Algarve.
O “perfil de auto-estrada”, invocado por Sócrates, não se vai limitar ao IP8 e tem muito mais água no bico: ele está intimamente ligado à negociata das Estradas de Portugal, transformadas em SA mas suportadas pelo bolso dos contribuintes – o que gera dúvidas até a dirigentes do PS, como Vera Jardim e Manuel Alegre. Além do monopólio da BRISA sobre as auto-estradas, a privatização das EP entregará durante 75 anos, a gestão de todas as estradas ao grupo chefiado por Vasco de Mello – é fartar vilanagem, um autêntico retrocesso à Idade Média por via neoliberal.
A introdução das portagens no IP8 terá consequências imediatas no bolso dos alentejanos e de todos os utentes que a venham a utilizar. É, além do mais, uma vigarice política: Sócrates fez bandeira da gratuitidade das SCUT, em particular das do interior, nas eleições de 2005. Basta olharmos para a A23, que liga a A1 desde Torres Novas até à fronteira de Vilar Formoso, passando por Castelo Branco e pela Guarda; ou, mais a Sul, a Via do Infante, na qual nenhum governo conseguiu impor portagens. Bem sei que, na geografia segundo Mário Lino, a Sul do Tejo é o deserto; mas não é seguro que os “camelos” aceitem pacificamente pagar portagens.
É bom que Sócrates se aconselhe junto de Cavaco Silva a respeito da “Maria da Ponte”. A principal motivação da primeira grande experiência de desobediência civil em Portugal foi o sentimento de injustiça de toda uma população; e já na altura se dizia, premonitoriamente, que as portagens eram uma afronta não apenas à Margem Sul do Tejo, mas para todos os transtaganos. Dada a experiência entretanto acumulada pelos movimentos sociais e cívicos na luta contra estas outras “portagens”, é bem possível que Sócrates venha a provar o veneno que apressou o fim do cavaquismo.
Bem, construam lá o IP8 – de frente ou de perfil – até à fronteira. Das portagens, a seu tempo, tratarão as alentejanas e os alentejanos – e verão que não somos assim tão lentos…
Alberto Matos – Crónica semanal na Rádio Pax – 04/12/2007
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