As varizes nas colunas das minhas pernas
Colunas calcinadas pelo incontrolável tempo
A necrófila hiena, o carnívoro leão,
Morte pelo entupimento das artérias coronárias
O coração é um músculo que bomba sangue; a grande
Maravilha do mundo. O cérebro laguna de átomos,
Genocídio alimento para chacais - Monte de cadáveres
Percorrem a inutilidade dos meus poemas
Sinto as minhas unhas conspurcadas pela terra
Dos coveiros - Saco de podridão lenta,
Soldado morto no ventre putrefacto
De um alazão com ligaduras embebidas em sangue
Carpindo nos olhos de uma gazela inocente,
Meia-noite navega na barca que atravessa o submundo
Canhões estilhaçando crianças em inocência
O planeta é obsceno e, uma mulher vítima
De sodomia de um batalhão de trogloditas,
Fermenta num laboratório de amarguras
Cérebros em obediência,
Tirania de abutres encharcados em sangue
Banqueteando minha poesia em flor
Nesta casa dermatológica do corpo
Artérias estatelando-se em rios de sangue
Felicidade de uma rua em fogo exonerando,
Termina a luz do luar na casa do peito
Fotões numa libélula, átomos de uma abelha
Favo de mel nos lábios frios da solitária
Paixão.
A morte passeia pela alameda do
Dia, a gangrena cospe nas feridas do mundo
Sedentário a passividade das palavras
Bisturi amputando pernas na lepra da rotina
Um tigre de papel no sem nexo da dialéctica
Múmias segredam sabedoria as almas perdidas
As cidades perdem-se no fumo da devastação
Transe cacofónico de tubarões submersos
Nas fezes de um profeta sem palavras
Depressiva é a variação de uma orquestra
No crânio de bestas felizes mastigando química
Prosac?!... É a salvação do cadáver ambulante!...
O mundo caminha chapinhando no coito
De um amanhecer fúnebre, gruta sombria
De um novo dia.
In Latitudes, avril 2007.
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