Un lieu de résistance à la marchandisation du monde et d'immenses saudades de l'Algarve
2 janv. 2007
"Ceia louca, louco mundo"
" Falemos de mesas, as mesas onde se come, conversa e desconversa, onde se ama e desama. Praticam-se jogos de azar, governa-se e desgoverna-se o tal mundo que enlouquece. Há murmúrios, trocas de olhos, por vezes gritos.
Dão-se murros nas mesas. Por baixo, às vezes carícias brejeiras e toques subtis. Ainda por baixo (sempre por baixo) há os que conflituam e apanham das mesas apenas migalhas e as rascas da assadura, já que, os que as fazem e enchem não têm lugar à mesa.
Criam o banquete que os expulsa. Há também os que escrevem na pedra e no papel e, até, quem na casca da árvore inscreva letras e corações.
Os da música - os da Brigada - escrevem no Vento. Transformam o riso e a lágrima, ternuras e clamores, a alegria e a tristeza em partes do Vento que nos acodem aos ouvidos e entram na alma. Revelam as justas e injustas coisas do mundo, apontando as linhas da água e do horizonte, e já que - disse-nos o nosso Herberto Hélder - "todas as coisas são mesa para o pensamento" aceitemos os recados que a música ao vento entrega."
Louzã Henriques
Candal, Novembro de 2005
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