J'ai dérobé ce message sur un blog portugais, sur le Net... Que l'auteur me pardonne, mais je le cite, bien sûr! C'est que cela correspond à 100% à ce que je pense après être revenu du Portugal en cette fin de décembre 2006, et même avant, après les premiers agissements de Sócrates le Blairiste.
feliz natal, senhor primeiro-ministro
*Feliz natal, senhor primeiro-ministro
És a estrela orgulhosa do nosso presépio nacional
Que nos tem guiado até ao desespero financeiro
Não estás só nesse mago ministério
Fábrica de favores e oportunidades em série
Enquanto o povo pastoreia em centros comerciais
Mercados aldrabões e lojas orientais
Histéricos e explorados
A maldizer a sorte e as promessas à boca da tua urna eleitoral
Eis agora como os pobres se aquecem e dormem
À volta e dentro da mais grandiosa árvore millennium
A sonharem com a perna de peru
Que hás-de beijar na noite da grande ceia
Somos altos na miséria e rasteiros na grandeza
Nas tuas medidas padrão que só servem
Para papel decorativo e simulação de prendas
Nunca sentiste os dentes da inflamada impostura
Que é abrir uma carteira moribunda em frente dos filhos
Inconformados pela sobrenatural explicação política
Com cérebros recheados de sonhos e quinquilharias
Não imaginas o que é ser cuspido por uma fábrica
Sentir o último apito a devorar o tempo que te resta
Experimenta entrar na Casa Portuguesa
Com a mesma humildade insaciável
Com que sufocas nos mercados municipais
Disfarçado de pai-natal fora de época
A amamentar o projecto governamental
Com a inocência dos despedidos e reformados
Não te iludas com aqueles que engordam os grandes
Centros do desperdício e que ilustram o falso postal
Do crescimento e da publicidade cintilante
Aventura-te pelos cordões de ruas onde se passa de lado
Entre casas onde o tormento é lixo que se amontoa
E as crianças são fungos tristes e sofrem de pesadelos
Mais tarde punidos pela justiça enfeitiçada pelos grandes casos
Corrupções ligadas pelo mesmo elo da corrente
Onde Portugal se transformou no cárcere de todos os actos perdoados
E a impunidade é o selo branco que marca o compadrio familiar
Dos que nunca entraram num instituto de emprego
Mercado social de trabalho e pontapé no cu
Feliz Natal, senhor primeiro-ministro
Que dois mil e sete seja o ano da revolução.*
Publicado por fernando esteves pinto
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